DAS REGRAS AOS VALORES

Ao longo das evoluções e revoluções, quer tenham sido industriais ou culturais, as regras estão se dissolvendo e sofrendo transformações que merecem ser consideradas.

Antigamente os casamentos eram cheios de regras e a principal delas era que as mulheres tinham de ser virgens. Moça não virgem era considerada como produto de embalagem violada dando direito à devolução aos pais e à anulação do casamento. Este era o casamento de ontem… No casamento de hoje, entretanto, prevalecem os valores, aquilo em que realmente as pessoas acreditam e sentem.

Esta é uma explicação para mostrar que as regras tornaram-se paradigmas a serem rompidos e, aos poucos, é notado o quanto elas engessavam o desenvolvimento das pessoas e até das organizações.

Finalmente vemos que os valores, os elementos de expansão e crescimento com liberdade, estão suplantando as regras.

Mas, apesar dos pesares, ainda existem movimentos burocráticos que insistem em fazer valer regras. A mesma burocracia que quer implantar a confiança dentro de organizações mas começa pelo bloqueio dos telefones…

Infelizmente a burocracia sempre será uma regra rígida pois é alimentada pela desconfiança.

E, como boa parte das organizações ainda é burocrática, esse vírus da desconfiança ainda se mantém atuante, privando o processo de desenvolvimento empresarial e o das pessoas que para ela trabalham.

Ao longo de toda essa história de regras rígidas sabemos que elas mantiveram muita coisa em ordem, mas também deixaram muita desordem acontecer pelo sufocamento de valores.

O reconhecimento de procedimentos que são úteis dentro da organização, ou mesmo na vida de cada pessoa, pode conseguir manter-se por mais tempo em ação, através de valores, que qualquer imposição de algo através das regras rígidas.

É necessário hoje, numa visão mais futurista, desenvolver um processo de valores onde as regras rígidas encontrem flexibilidade e deixem espaço para reflexões, incentivo à criatividade, respeito à individualidade e a possibilidade de crescimento da organização e dos colaboradores.

Fazer por fazer ou porque sempre foi assim, não é mais concebível hoje na cabeça das pessoas. Elas querem mais que fazer: querem entender porque estão fazendo!

A maior prova de que essas regras rígidas estão perdendo espaço em favor dos valores é que, a cada dia, novos fatos estão surgindo em todas as áreas.

Hoje temos crimes que não estão descritos no Código Penal e encontram dificuldades na hora de se promulgar a sentença tornando-se necessárias alterações nas regras; no campo dos esportes, temos fatos novos, também não prescritos nas regras existentes, que necessitam ser analisados e forçam as mudanças das regras para a próxima temporada…

Esses fatos novos irão alterar o curso da história da humanidade: adequarão regras e as transformarão em valores. Estes valores serão a principal matéria-prima para a evolução da era da informação para a era do conhecimento.

Eu me recordo que, quando criança, meus pais me levavam à missa de domingo, onde o padre rezava a missa em latim e de costas para os fiéis. Eu só via as pessoas abrirem a boca para receberem a Santa Hóstia. Isso era uma regra rígida.

Hoje os padres dançam, cantam…, os fiéis cantam, dançam, são tietes…

Essas são atitudes que chamo de valores…

Há poucos 40 anos atrás as mamães cuidavam, como já disse anteriormente da virgindade das filhas, regras rígidas…

Hoje, sentam-se com elas e exigem que seus parceiros usem camisinhas…

Outras atitudes mantidas pelos valores.

Alguns valores surgiram em meio às regras rígidas. Como você pode ver as regras se foram mas os valores sobrevivem mesmo entre tanta rigidez de conduta. Os valores sempre prevalecem!

Quando vejo hoje meu filho Breno, de 6 anos, ligando o aparelho de som em seu quarto, em alto e bom tom, tocando um CD especial que me fez gravar para ele com músicas como Calhambeque e Splish Splash (do Roberto Carlos) e sair dançando e cantando como um astro, vejo que valores antigos ainda vivem com muita intensidade.

E quando vejo meu filho Ygor, hoje com 17 anos, ligando o som de seu quarto, também em alto e bom tom, deixando rolar um CD especial que gravou de meu arquivo com músicas como Maluco Beleza com Raul Seixas, penso: “taí, eu estava certo, meus valores estavam certos”!

Com isso vejo que venci as regras rígidas e caminhei para valores… Valores duram mais e fazem muito melhor às pessoas, afinal eles atravessam gerações…

Torno a afirmar então que: dentro das organizações, dentro das famílias, dentro das amizades, os valores são a grande fonte de um futuro promissor.

Os valores são uma inesgotável energia que mantêm pensamentos, sentimentos e principalmente o respeito onde eles devem estar durante o processo de existência.

Nenhuma lei redigida até hoje promulgou o amor ao próximo, mas nasceu da proposta de valores de um Nazareno com uma visão do futuro impressionante que já atravessou dois milênios e continuará atravessando as pontes dos corações humanos.

A palavra é uma regra e o exemplo é um valor.

Então, invista em valores pois a palavra convence mas só o exemplo arrasta!

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