ESCOLA E A BARRIGA VAZIA

Ao longo da história da civilização humana a igreja sempre foi o elemento de aglutinação das pessoas.
Toda comunidade que estava em formação, começava sempre em torno de uma igreja. A referência era a cruz e o chamado para seus moradores era o sino, na hora da missa.
Nesses tempos nasciam os marcos-zero das cidades e, assim, as grandes sociedades foram se expandindo em torno das Igrejas do mundo.
Hoje ainda, em longínquos lugarejos, de grande parte do mundo, a Igreja ainda faz este papel.
Nesses novos tempos, acho que poderíamos criar um novo elemento aglutinador de pessoas à sociedade e, em alguns casos, até reintegrador e criador de pessoas cidadãs.
Porque não a Escola como esse novo elemento?
Sim, a Escola…
A Escola não deve ser somente um lugar de aprendizado: a escola deve ser o maior ponto de referência de um país, principalmente aqui no Brasil, com características continentais e diversidades infinitas.
Muito tem se falado ultimamente da fome que assola o nosso País. Muitos fazem sua parte: o governo Lula anuncia a dele, mas pelo tempo que os projetos de combate à fome duram por aqui, ainda estamos longe de ver esta vergonha chegar ao fim.
Enquanto tivermos no Brasil projetos de combate à fome será sinal que estamos no caminho errado.
Pense comigo!
A Escola tem o poder de fazer um papel muito maior na sociedade.
Toda comunidade tem que ter sua escola. Mas uma escola que ensine, que eduque, que auxilie a família na criação dos pequenos brasileiros.
Toda escola poderia ser, em sua comunidade, uma dizimadora da fome, alimentando seus alunos.
A comida na escola significa estômago cheio para preparar o cérebro ainda vazio e que irá receber informações preciosas que nunca serão perdidas, mesmo com o passar dos anos.
Assim cada criança, em idade mais ou menos avançada, teria cultura e aprendizado suficiente para saber o que é certo e errado para conviver em sociedade. Poderia aprender a plantar, criar, colher e alimentar-se, não dependendo de órgãos “distribuidores” de comida, em épocas ruins.
Já, mais crescidas, e com o crescimento da comunidade à sua volta poderiam organizar cooperativas e juntarem-se produzindo o necessário para seu próprio sustento – mesmo que isso lhe pareça arcaico, muitas comunidades ainda sobrevivem da troca de seus frutos entre si – conquistando assim sua liberdade.
E, na fase adulta saberiam distinguir seus direitos e deveres para com os seus vizinhos e parceiros, não os estimulando a praticar furtos ou delitos.
Você deve estar pensando que estou querendo regredir no tempo não é? Mas, raciocine francamente comigo: não é uma idéia?
Cada Escola poderia ser um verdadeiro centro de combate à fome…
Com tantos projetos naufragados neste país, porque não poderíamos ter a meta de construir escolas, mais escolas e mais escolas?
Escolas flutuantes, escolas voadoras, escolas terrestres, escola para quem quiser e chegar…
Uma escola que, além de alimentar o conhecimento do cérebro, vai distribuir alimento ao corpo.
Estar na escola, ou ter um filho dentro dela, significaria ficar do lado de fora da linha de uma necessidade básica ao desenvolvimento humano: a fome.
Mas, onde estão as Escolas?
É! Onde estão as Escolas?
Quantas mães ainda dormem em filas, por vários dias, na busca frenética de uma vaga para seu filho? Quantas pessoas ainda atacam escolas com pedras e pichação? Quantos políticos ainda abandonam verbas da educação em sacos de fumaça?
Vamos lá! Vamos pedir prioridade na construção e manutenção de escolas! Escolas que ensinem a aprender, plantar, respeitar, amar, construir um país melhor e pessoas melhores.
Escola aqui! Escola ali! Escola acolá! Olha a Escola aí em todo lugar!
Escolas com ensino infantil, fundamental, médio e universitário com vagas e portas abertas aos que realmente querem estudar…
Educar é o caminho da democracia!
A Escola pode ser o guia deste caminho!
Aí poderíamos trocar a frase das peruas escolares por outra que se entenda: país escolar.
E assim, nada mais de barriga vazia para quem tem o cérebro cheio.

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