Aprender abre o caminho para ensinar

Em uma das viagens que normalmente faço com meus filhos durante o ano, estávamos em Manaus, no Hotel Ariaú Amazon Towers, uma referência mundial em hotel de selva no mundo, fundado pelo visionário Francisco Rita Bernardino, um amigo especial.

Por lá existem algumas atividades onde a natureza é o tom.

Numa delas estávamos em uma aldeia, juntamente com outros hóspedes conhecendo um pouco da vida local, até que um dos membros da comunidade pediu licença para mostrar seu animal de estimação: era uma cobra não venenosa, mas cobra é cobra para algumas pessoas.

Uma mulher resolveu pedir para segurar e o rapaz passou a cobra para suas mãos, quando, num repente a mulher se apavorou e jogou a cobra para cima e ela caiu no meio da turma, foi um corre-corre, em meio à cena histérica de algumas pessoas.

Meu filho mais novo entra na roda, pega a cobra, como se tivesse uma intimidade de anos com a mesma, segurando-a pela cabeça e a enrola em seu braço, levando-a de volta ao dono.

A turma ficou muito impressionada e começou a me perguntar como ensinei isto ao garoto. Respondi que estava tão impressionado quanto eles, pois nunca ensinei meu filho a segurar cobras ou a ser um “Jim das Selvas”.

Perguntei a ele onde aprendeu aquilo e ele respondeu:

– Pai, esqueceu que todo dia assisto o Animal Planet. Foi lá que aprendi e não é só isso: também sei segurar filhote de jacaré… E provou isto à noite, quando fomos focar jacaré diante do mesmo público perplexo. Virou o caçador da classe de sua escola, quando levou as fotos e ensinou os amigos o como fazer. Até as professoras adoraram a aula.

A todo o momento, nos dias de hoje, as crianças aprendem algo. Assim como nós que também podemos aprender algo e acho que a melhor maneira de manter este aprendizado é encontrar uma forma de ensiná-lo, dividi-lo com outras pessoas ou com o espaço que ocupa. Afinal de contas, conhecimento não é para ser guardado e sim dividido e ensinado, pois se todos dividissem seus conhecimentos o mundo seria mais humano e, com certeza, teríamos uma sociedade mais inteligente e mais justa!