EU QUERO, EU POSSO, EU MEREÇO!

O comportamento do “Eu quero”, tem sido o meio de nos comunicarmos com o mundo desde o nosso nascimento.
Quando desejávamos algo, logo tornávamos este algo parte integrante de nossas vontades.
Eu quero mamar, Eu quero mamãe, Eu quero papai, Eu quero colo…
O Eu quero vai mudando de sentido, de volume e de consistência ao longo de nosso processo de crescimento e vai se tornando cada vez mais presente a cada dia, a cada momento.
Aí me surgem as seguintes perguntas:
– Até onde nossas vontades influenciam nossa formação intelectual, emocional e espiritual?
– Até onde nossas vontades nos fazem pessoas melhores ou piores e nos colocam na posição que realmente faz parte do destino que estamos criando?
Quando se visita um site ou se folheia um catálogo de produtos, daqueles que tem objetos muito interessantes, com coisas que nunca vimos, e às vezes nem imaginávamos que existissem, vamos nos entretendo com tantas coisas modernas que prometem facilitar nossa vida e nos fazer mais felizes.
Até então não conhecíamos esses objetos, mas agora… Agora nós os conhecemos… E não podemos mais viver, tranqüilamente, sem alguns deles.
Em uma pesquisa que fiz pude constatar que entre dez pessoas, oito delas possuem algo em suas casas compradas nestes sites, catálogos ou até de programas de TV. Usaram por alguns dias e agora fazem parte da tralha dessas pessoas, acumulada em algum canto da casa. Quanto às pessoas que ainda não têm alguns desses objetos, q e que gostariam de ter obtido, mas por motivos diversos não o fizeram, mas gostariam de tê-los comprados, todas chegam a dizer para si: Eu quero!
À medida que somos submetidos a novas experiências e novos conhecimentos, sentimos que tais acontecimentos podem fazer parte de nossa vida e que ela vai ficar melhor, nos fazendo acreditar que estamos nos satisfazendo de alguma maneira.
O Eu quero, passa a receber o apoio para o Eu posso, mas será que pode mesmo?
Muitas pessoas entram em dívidas profundas, para comprar aquilo que não precisam, para pagar com o dinheiro que não têm, só para mostrarem para quem não gosta delas.
O Eu posso passa a ser um desafio, um estado mental muitas vezes irreal, que compromete a estabilidade emocional e pode causar muitas frustrações, quando não concretizado.
A prática de que tudo se pode é só basta querer tem levado muitas pessoas a conhecerem frustrações marcantes.
Em pouco tempo o Eu mereço, toma nova forma e, a partir daí, nada mais é levado em conta. É simplesmente eu mereço e pronto! Muita gente merece muita coisa, mas nem sempre aquilo que ela merece vem facilmente. É necessário desenvolver um estado de conquista.
Desilusões amorosas são repletas de comportamentos e lamentos de pessoas que estão esperando a “tampa-de-panela” que merecem.
– “Ah! Tal pessoa merece algo melhor…”.
Merecimento vem acompanhado por tudo aquilo que investimos nele e não pelo desejo de ter algo que julgamos ser bom para nós. É resultado de muito esforço, muita dedicação e, principalmente, muita paciência.
Pense bem, mas muito bem mesmo, naquilo que você quer, naquilo que você pode e naquilo que você merece.
Não faça do Eu quero, Eu posso, Eu mereço a sua missão de vida.
Faça deles mais que verbos transitivos diretos.
Faça deles a forma de chegar à sua plenitude espiritual com a consciência tranqüila, de querer o que sabe que está a seu alcance, de poder o que sabe que conseguirá e de merecer aquilo que o destino lhe reserva.

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