Crenças, atitudes e valores

RESUMO

O presente artigo pretende demonstrar a importância da instituição e implementação destes conceitos na vida da sociedade através do comportamento das pessoas, construindo assim um ambiente com melhores resultados existenciais contribuindo, gradualmente, para um melhor desenvolvimento humano e iniciando um processo de aplicação e ensino destes conceitos através dos meios educacionais existentes, por ações praticadas pelas organizações durante o processo de empregos no universo corporativo.

INTRODUÇÃO

O presente artigo visa demonstrar a importância no desenvolvimento humano através de Crenças, Atitudes e Valores.

Um processo que, quando implantado, pode transformar o comportamento das pessoas e construir uma sociedade mais justa e humanizada.

OBJETIVO

O presente artigo tem por objetivo sugerir meios para implementação dos conceitos-temas, através de planejamento e ações humanizadoras, capazes de realçar estes conceitos na intenção de torná-los um hábito praticável dentro da sociedade.

REVISÃO DE LITERATURA

A sociedade vem sendo surpreendida, dia-a-dia, com adversidades instituídas por decisões administrativas, políticas e comportamentais que, muitas vezes, colocam em posição de debate a verdadeira essência humana e até onde iremos, fazendo mais vítimas pelo contexto de existência ao invés de incentivarem e inspirarem pessoas e organizações a terem orgulho de um comportamento baseado em Crenças, Atitudes e Valores.

Estes itens, organizados de maneira unida, formam um sistema cognitivo integrado, de modo que uma mudança, em qualquer parte, causará um efeito nas outras partes, resultando em mudança comportamental. Ela deve ser conduzida dentro dos padrões destes itens e, só assim, poderá transformar-se em algo realmente nutritivo para a sociedade num todo.

A crença possui uma metodologia de organização como um sistema arquitetônico, com propriedades estruturais descritíveis e mensuráveis, com conseqüências comportamentais capazes de serem observadas e analisadas, visto que são inferências. Os tipos de crença podem ser vistos como relativamente superiores em encadeamento lógico-funcional ou em comunicação funcional podendo acompanhar a seguinte proposição: Existenciais versus Não Existenciais; Compartilhadas versus Não Compartilhadas sobre a existência e a auto-identidade; Derivadas versus Não Derivadas e Relativas e Não Relativas a questões de gosto.

Estruturada essa condição da Crença ela pode ser qualquer uma das propostas capaz de ser precedida pela frase “eu creio que…”, onde o conteúdo pode descrever o seu objeto como verdadeiros opostos, do tipo correto ou incorreto, devendo-se aliar à Natureza da Atitude, onde Allport reconhece três pontos de origem do conceito moderno de atitude: 1) na Psicologia Experimental; 2) na Psicanálise e 3) na Sociologia.

Quase todos os teóricos concordam que a atitude não é um elemento básico irredutível da personalidade, mas a representação do agrupamento de dois ou mais elementos inter-relacionados. A concepção da atitude como uma organização de crenças é consistente com a opinião de Krech e Ccrutchfield que todas as atitudes incorporam crenças, mas que nem todas as crenças fazem parte, necessariamente, das atitudes, sendo que as crenças têm apenas um comportamento cognitivo, enquanto as atitudes são cognitivas e afetivas. Segundo Katz, as quatro funções da atitude são: Instrumental, de ajustamento ou utilitária; Protetora do ego; Expressiva de valor e Conhecimento.

As funções são o fio condutor para os Valores, que têm a ver com os modos de conduta e estados finais da existência. Uma vez que um valor é internalizado, ele é tido como um padrão ou critério para guiar a ação e, assim, desenvolver e manter as atitudes em relação a objetos e situações relevantes, para julgar e comparar, moralmente, a si e aos outros. Os valores diferem das atitudes em vários aspectos importantes: enquanto uma atitude representa diversas crenças focadas num objeto ou situação específica, um valor é uma única crença que guia transcendentalmente as ações e julgamentos através de objetos e situações específicas. Um valor é um imperativo para ação e não somente uma crença sobre o preferível mas também uma preferência pelo preferível.

METODOLOGIA

De maneira experimental, propomos que estes conceitos sejam praticados dentro dos processos educacionais e também organizacionais, nos quais exercerão influência nas escolhas e decisões que podem ocorrer tanto na vida, como na carreira das pessoas.

Tais conceitos alinhados em convergência podem gerar um fenômeno de contágio na expansão de um Programa de Educação baseado em Valores Humanos, no qual, através da educação refletida nestes conceitos, possa instaurar-se um mestre capaz de ensinar, direcionar e reconhecer-se como aprendiz, nutrindo o anseio permanente de aperfeiçoar-se e crescer com seus alunos sem a arrogância do saber, criando um clima de irmandade entre todos, num processo educacional que eleva, que promove o indivíduo à reflexão sobre a própria identidade e realidade, consolidando a convivência na unidade da família, incentivando pessoas a atuarem na verdade, na retidão, na paz, no amor e na não-violência.

Propomos então a expansão dos Valores Humanos usando como fio-condutor as premissas da educação iniciando, assim, a reconstrução do mundo, das pessoas, da sociedade e de seus métodos de sobrevivência diante de padrões que possam causar um estado permanente de progresso e evolução.

Entendamos esses Valores Humanos, baseados totalmente nas Crenças, Atitudes e Valores, descritas nessse trabalho, que poderão conduzir à preservação da verdadeira essência das pessoas em sua atividade de vida onde cumprir a vida é compreender a marcha.

A nova escola está orientada para o mercado, para aquilo que se pode aprender para vencer. Essa orientação da educação é um canal para os propósitos expansionistas da produção de commodities. Expandir valores humanos, nesse sentido, torna-se algo irrelevante, porque não gera lucro direto. O interesse, hoje, é criar meios de expansão do capital. O que as pessoas aprendem para sua realização pessoal, os chamados valores úteis, têm, cada vez mais, sido compreendidos como valores comerciais ou valores de troca. A grande reforma será redirecionar o conceito de valor útil para eliminar as condições miseráveis da humanidade hoje.

As pessoas e a sociedade são movidas em função de suas Crenças, Atitudes e Valores, implementadas, subliminarmente ou não, no dia-a-dia através de ações e processos educacionais em diversos campos de atuação, até mesmo em programas e propagandas de TV, nos quais sempre se ressaltam a importância destes conceitos e os efeitos nutritivos que possam causar.

RESULTADOS

Como resultado da implantação do processo de Crenças, Atitudes e Valores na educação e também nas organizações através do destaque em Valores Humanos, teríamos pessoas com maior sensibilidade, solidariedade e compreensão de existência, pessoas estas que se tornariam expansoras deste processo, fazendo-o refletir em suas atuações como cidadãos, membros de uma sociedade que busca, cada vez mais, formas eficazes de se organizar mantendo harmonia e progresso no âmbito pessoal, profissional e, até mesmo, espiritual.

Numa implantação de direitos humanos talvez esteja a resposta para uma sociedade mais ética, para empresas mais éticas e uma política mais ética. A mesma mão que embala o berço é a que escreve o destino de uma nação, e o despertar deste processo pode fazer nascer uma geração não violenta e muito mais comprometida com a vida, com os princípios da existência e o dever que temos uns para com os outros.

Algumas experiências deste tipo já fazem sucesso pelo mundo. Na Índia, um Mestre, como é conhecido o Sathya Sai Baba, criou o Programa de Educação em Valores Humanos, que possui aplicadores pelo mundo todo. No Brasil visitei, na cidade de Amparo, uma Escola Dirigida pela educadora Fernanda Mesquita, totalmente fundamentada na educação através desse trabalho.

Os valores humanos existem desde os primórdios dos tempos e são as metas de todas as religiões, códigos de ética e filosofias, sendo o tesouro mais precioso da humanidade e precisa ser distribuído. Eis um método que, quando aplicado e dividido se multiplicará.

CONCLUSÃO

Transformar um processo capaz de reestruturar o ser humano, sua maneira de agir, pensar, decidir e escolher, é a grande saída para uma sociedade com menos violência. O caminho é sempre através do próprio ser humano, fazendo seu poder de compreensão expandir-se.

A proposta contida neste artigo tem a tendência de fazer dos Valores Humanos uma constante na vida e no pensamento das pessoas, como se fosse uma voz que somente ela ouve e não permite que transgrida nenhum destes itens que, unidos, fazem a conduta diferencial humana neste planeta.

Uma nova geração de professores para uma nova geração de alunos, bem como de empresas e colaboradores, todos comprometidos por motivos maiores que uma concorrência acirrada por um lugar melhor, mas sim pela sua condição especial de pessoas cuidando de pessoas, pessoas respeitando pessoas.

Estar diante de decisões e escolhas acertadas requer a implementação de conceitos profundos, duradouros e transformadores. Ao longo da história, os povos que mantiveram estes conceitos evitaram o mal e vivenciaram o bem.

Como a Escola e a Empresa são a extensão do nosso lar, é aí onde devemos nos concentrar, utilizando-os como instrumentos de nosso progresso, exercitando e aperfeiçoando nossas qualidades que são a exigência social para atuarmos na missão de existir.

BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBERONI, Francesco. Valores. Editora Rocco, 2000.

INOUE, Ana Amelia. Temas transversais e educação em valores humanos. Editora Peirópolis, 1999.

MARTINELLI, Marilu. Conversando sobre educação em valores humanos. Editora Peirópolis, 1999.

MESQUITA, Maria Fernanda Nogueira. Valores humanos na educação. Editora Gente, 2003.

ROKEACH, Milton. Crenças, atitudes e valores. Editora Interciência, 1981.

SABINI, Maria Aparecida Coria. Construindo valores humanos na escola. Editora Papirus, 2003.

VISITA, Centro de Educação EDUCARE, cidade de Amparo em SP.

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