O LADO FEMININO DO ROTARY

Queiram ou não, alguns rotarianos mais conservadores ou conservados, o lado feminino do Rotary, está presente desde a sua Fundação.

Não dizemos: “o Roda Rotário”, e sim: “a Roda Rotária”; não dizemos: “o Fundação Rotária”, e sim: “a Fundação Rotária”; não dizemos: “o Festivo Rotário”, e sim: “a Festiva Rotária”…

Em todos os contextos, de qualquer organização, o lado feminino está presente, embora muitas pessoas ainda façam de conta que ele nem existe.

Todo lado feminino é inspirado na Mulher: este Ser que dispensa apresentações, mas em alguns Rotarys é muito difícil de apresentá-la.

Por mais incrível que pareça, tenho visto alguns Clubs de Rotary que não têm mulheres em seu quadro social. A principio pensei que o problema fosse das candidatas regionais, porém, para minha surpresa, o problema está em alguns dos próprios companheiros que não aceitam as mulheres em seus Clubs.

– Que tipo de Rotary Club pode ignorar o potencial feminino e suas qualidades imensuráveis?
– Que tipo de Rotary Club pode, nos tempos de hoje, ainda tentar fazer um Clube do Bolinha?
– Que tipo de Rotary Club pode estar tão atrasado em relação às tendências humanas?
– Que tipo de Rotary Club desperdiçaria a segunda parte da Criação Universal?
– Que tipo de Rotary Club não teria amadurecido nestes últimos 100 anos da criação do Rotary Internacional?
– Que tipo de Rotary Club ainda tem Pica-Pau Rotário?

O meu Rotary Club não é, pois no Rotary Club São Paulo Barra Funda, o lado feminino é festejado e muito incentivado. Lá estamos em busca destas mulheres que possam trazer ao nosso trabalho um incentivo diferenciado, que somente um lado feminino pode ofertar.

Será que Paul Harris teve o apoio de sua esposa para fundar e continuar freqüentando o Rotary?

É claro que sim! Se o lado feminino não aprovar, o lado masculino vai apenas respeitar e seguir à risca as instruções.

Mas o lado feminino é tão grandioso que deixa os louros para o lado masculino. As esposas de rotarianos, ao suportarem a carga rotária dos maridos, demonstram o quanto o lado feminino do Rotary é importante.

Aliás, vale lembrar que se o lado feminino fizer pressão para o rotariano afastar-se do Club, haja motivação rotária para segurá-lo.

Observe quantas mulheres em Presidência de Clubs ou Governadoras de Distrito já temos em Rotarys, e todas com muito sucesso em suas gestões, eis a luz do brilho.

Um rotariano como Paulo Viriato, com certeza, tornou-se um Anjo-Rotário e vou elevar meus pensamentos a ele num gesto de homenagem e também solicitando um pouco de sua consciência aos Rotarys Clubs que ainda não aceitam mulheres em seu quadro social. Não são muitos, mas existem e esta pequena existência pode causar uma contaminação nociva à existência maior.

O lado feminino do Rotary é onde a lógica encontra a compaixão; onde a razão cruza com a emoção; onde o jeito rude masculino submete-se à delicadeza; onde o fazer sem graça encontra a graça; onde a solitária Roda Rotária dos Marcos encontra companhia; onde a seriedade do protocolo encontra alegria; onde o silêncio encontra razões para manifestar-se; onde os motivos encontram ótimas justificativas; onde a dureza do coração encontra a bondade; onde o Servir prolifera em terreno fértil; onde o bater dos talheres nas reuniões cala-se diante da palavra feminina na mesa presidencial ou na tribuna; onde o Sino apenas indica respeito sem gongar; onde o cinza dos Clubs transmuta nas sete cores do arco-íris; onde…

Cuidado! Raros, mas existentes e resistentes Rotarys Clubs que ainda não descobriram a importância do lado feminino do Rotary, o exemplo não é “uma” maneira de fazer a ética valer: é a “única”.

Tudo aquilo que reprimimos, no mundo em que vivemos, é uma manifestação sutil de algum assunto ainda mal resolvido dentro de nossas entranhas comportamentais. Quanto maior a luz, maior será a sombra. O caminho da igualdade sempre passa pelos atalhos do respeito com a diversidade.

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