OTIMISMO

Otimismo é um sentimento! Sim, um sentimento. Ele trata de algo que está correndo por dentro das pessoas resultando num comportamento. Neste padrão de comportamento, desenvolve-se o hábito de uma crença de positivismo e esperança, com relação a fatos que possam fazer parte da vida cotidiana de uma pessoa, através do qual ela transforma, interiormente, adversidades em possibilidades e tem sempre uma visão de que tudo pode ficar melhor do que está e, ainda, de que o final pode sempre ser feliz.
Mas tem sido comum encontrar pessoas extremamente otimistas batendo de cara no paredão das adversidades ou caindo no precipício das dificuldades e dúvidas. A razão é simples, o otimismo é um sentimento que não tem efeito internamente, pois necessita de vários componentes externos e práticos para se transformar em resultado positivo.
Num casamento, por exemplo, ambas as partes podem ser otimistas e quererem viver com felicidade, mas se elas não desenvolverem atitudes, hábitos e ações que se transformem em realidade, recriando na vida aquilo que sentem internamente, este será apenas mais um casamento de esperança na felicidade, e nunca um casamento feliz.
Otimismo é apenas o campo fértil como um ponto de partida para realizações: necessita ser exteriorizado e complementado para chegar ao nível de transformar esse esforço em resultados positivos.
Ele tem o poder de acender uma chama potente dentro das pessoas, porém, para manter esta combustão é necessário muita lenha ou gás. Nesse caso, a lenha e o gás são as ações planejadas e o desenvolvimento de competências para realizar os objetivos que tocam os sentimentos otimistas.
Todas as pessoas têm de começar por algum ponto, e o melhor para realizar algo é ter uma visão otimista daquilo que se quer: eis aí a importância do otimismo. Ele é o ponto de partida para atingir determinados objetivos. Após a partida, as pessoas são movidas por resultados. O sentimento de otimismo deve ser implementado na direção correta e transformar-se em resultado positivo.
Até mesmo os mais otimistas, quando não obtêm os resultados esperados, vão sepultando o sentimento que inundava seus corações e cedem espaço para a frustração. E, raramente, um otimista frustrado retoma sua condição de esperança: fica realista e pragmático. Por isso, o maior inimigo de qualquer otimista é a falta de resultados, pois faz com que ele perca a crença de que só o otimismo basta e, finalmente, descobre a dura realidade de que apenas o otimismo não bastava…
O otimismo pode trazer muitos benefícios nos campos psicológicos, espiritual e físico, uma vez que nossos sentimentos são transformados em enzimas e essas se alojam em nosso cérebro, auxiliando-o em escolhas e tomada de decisões. Ele desenvolve as crenças positivas que podem mantê-lo vivo e atuante. Para obtermos resultados na vida, precisamos estar de bem com esses três lados de nosso corpo: alinhados psicologicamente, espiritualmente em paz e com saúde.
O melhor método para manter uma pessoa otimista, ou ser cada vez mais otimista, é desenvolver competências e atitudes diárias que possam dar indicações de que tudo aquilo que você está fazendo, de alguma forma, se transformará naquilo que você realmente quer da vida.
Tenho dito a muitos jovens que disputam o mercado de trabalho: “no meio de uma competição a melhor maneira de vencer é ser competente, ou seja, transformar seu esforço em resultados positivos, pois, caso contrário, será uma pessoa alimentada pela esperança-vazia, aquela que só lhe dá suspiros e se torna a melhor aliada nas derrotas, e, talvez, sua melhor desculpa para contentar-se consigo: afinal muitas pessoas são escravas da esperança-vazia, com coisas do tipo: Tudo bem, quem sabe um dia melhora; vou deixar como está para ver como fica…”.
Na verdade, acredito que ser otimista não é confiar no futuro. Ser otimista é construir seu futuro! A pessoa otimista reconhece que o futuro não é mais passível de previsão: depende do processo de construção.
Caso a pessoa não construa seu futuro, terá de viver com o futuro disponível nas prateleiras do mundo, com um dos futuros enlatados que promovem a infelicidade de muita gente.
O excesso de otimismo pode ser muito prejudicial quando utilizado sem foco e metodologia ou usado, isoladamente, como uma solução. Este último é um fator que acontece demais hoje: pessoas extremamente otimistas pensam que somente cultivando este sentimento em seu interior poderão materializá-lo em seu exterior. Depois, ficam surpresas com os desastres que causaram a si mesmas. O excesso de otimismo ainda pode atribuir à pessoa um poder que ela não possui, tornando-a audaciosa demais, e, muito pior do que não ter é pensar que se tem…
Sem dúvida, um dia chega-se à hora da verdade e do confronto. Quando uma pessoa otimista tem de aceitar sua inabilidade ou impossibilidade de realizar algo, o conflito interno é gigantesco, culminando, em muitos casos, numa lesão de personalidade.
Otimismo é uma força interior de realização e plenitude e, como toda força, possui uma energia que necessita ser canalizada, regulada, adequada, mantida no fluxo e focada no alvo.
O Titanic foi, talvez, o mais otimista projeto de embarcações, porém sobrou otimismo aos projetistas, criadores, realizadores e até ao Capitão do navio. Faltou a consciência de que um navio necessita de muitos outros atributos para se manter em segurança no mar, além de um projeto audacioso e otimista.
Assim é com a maioria das pessoas: por mais otimista que seja o projeto de sua vida, são diversos os atributos para manter essa vida num ritmo de realizações satisfatórias.
Nunca perca o seu sentimento de otimismo, mas também nunca deixe de desenvolver e aperfeiçoar competências que possam conduzir essa energia até onde seu coração possa alcançar.
Projetos de vidas otimistas necessitam de práticas e ações planejadas e constantes, além de ajustes que temos de fazer em nossa maneira de ser ao longo da busca pelo que julgamos ser nossa real razão de vida.

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