Conta uma lenda da tradição sufi, que um homem fora condenado injustamente e colocado diante de um júri. Muitas coisas contavam contra ele, principalmente a indiferença daquele que iria julgá-lo. Quando o juiz perguntou o que tinha a dizer em sua defesa, o homem respondeu:
– Sou inocente!
Pois bem, disse o juiz, falam por aí que és um sábio. Vou dar-lhe a oportunidade de provar sua sabedoria e absolver a si mesmo. Escreverei em dois pedaços de papel os veredictos. Num pedaço de papel vou escrever inocente e no outro culpado e vou colocá-los sobre a mesa. Você usará sua sabedoria e escolherá um. Assim o veredicto dependerá de sua escolha.
Os presentes acharam justa a decisão do juiz. O que eles não sabiam é que o juiz escreveria culpado nos dois pedaços de papel. E assim foi feito.
O juiz colocou os dois pedaços sobre a mesa e pediu ao homem que escolhesse um e que este seria o seu veredicto, escolhido por ele mesmo.
O sábio homem percebendo algo estranho no juiz que não lhe inspirava confiança, pegou um dos pedaços de papel, enfiou-o na boca e engoliu.
O juiz, atônito, perguntou:
– O que é isso? O que fizeste? Como vamos saber agora o que estava escrito no papel que você engoliu?
O homem respondeu:
– Reconhecendo a grandiosidade de meu julgador, basta abrir o papel que restou sobre a mesa e lê-lo, uma vez que em um estava o veredicto de culpado e no outro o de inocente. Bastará ler o que restou e saberemos que engoli o veredicto contrário do que engoli. Se estiver escrito inocente, então sou culpado e, se no papel que restou estiver culpado, então engoli aquele que me inocenta.
Conta a lenda que o homem foi absolvido de todas as acusações.
A conduta de nosso atual mercado, tem exigido de seus personagens muito mais que decisões. Tem exigido decisões criativas e que gerem resultados positivos.
Parece que tudo está contra os atuantes do mercado, mas na verdade são os personagens desse mercado que sabem pouco sobre ele. E o motivo é simples, hoje esse mercado é um camaleão.
Faremos diferença nele pela forma como reagiremos a essas mudanças. O ponto decisivo para obter resultados positivos será nossa reação.
Sempre há uma saída, mas para encontrá-la é necessário que conheçamos o maior número de fatos possíveis e nunca nos impressionemos com um blefe que possa estar ocorrendo.
É evidente que o medo faz parte de nossas emoções, mas devemos seguir em frente, apesar do medo, pois quando conhecemos as alternativas sobre nós mesmos, nossos concorrentes e o próprio mercado, sempre estaremos próximos de decisões produtivas.
Muitas pessoas falham hoje, antes de fazer sua escolha, apenas pela falta do conhecimento de todos os dados disponíveis.
As saídas nunca estão prontas. Devemos muitas vezes fabricá-las com as ferramentas que possuímos.
Nenhum mercado na atualidade está pronto, devemos inventar não só um produto ou serviço, mas também criar um mercado para ele.
Ninguém disse ao Akio Morita que queria um walkman. Ele assistia a um jogo no Japão e achou desconfortável segurar aquele rádio. Imaginou algo em que as pessoas pudessem ter mais comodidade para ouvir o jogo, músicas, fitas, etc.
Criar necessidades é a grande saída para gerar oportunidades dentro dessa estreita passagem dos negócios atuais.
A era da carruagem ia muito bem e quem iria precisar de automóveis?
Criada após a Segunda Guerra Mundial, a CIA, Agência de Inteligência dos EUA, foi a vanguarda americana na guerra fria contra o império soviético. Tinha como objetivo frear a expansão comunista e garantir a liderança mundial aos Estados Unidos. O segredo era seu escudo e a espionagem e seus disfarces eram suas armas. Em 1997 a CIA completou 50 anos e finalmente seus agentes saíram das sombras para revelarem suas batalhas contra o comunismo.
Hoje a realidade é bem diferente e os inimigos agora são o terrorismo, o crime organizado e o tráfico de drogas.
A CIA sempre teve uma estrutura extremamente futurista, porém outras necessidades de mercado foram surgindo e, sua sobrevivência com toda sua radição, história e realizações até hoje, depende exclusivamente de seu poder de reagir com sucesso a estas novas necessidades, combatendo com pontos que somem vitórias a estes novos desafios.
O que era remédio, pode ter virado veneno e muitas receitas que curavam, hoje podem estar vencidas.
Devemos sempre estar prontos para exercer o perfil de mudanças, melhorando o já existente; estar prontos para exercer o perfil de transformação, inventando o inexistente; estar prontos para usar o órgão menos usado de nosso corpo, o cérebro.
Qualquer pessoa serve para alguma coisa, mesmo que seja para dar um mau exemplo.
Os procedimentos são simples, nos dias de hoje, mas a execução é uma obra de arte.
E, para atuar nesse novo mercado, necessitamos mais que conhecimento, competência e informação.
Necessitamos de uma pitada de inspiração a cada novo movimento!