O então na época Presidente da Câmara dos Deputados Federais do Brasil o “nobre” Deputado Severino Cavalcanti, em uma de suas presenças públicas, fez um pronunciamento para cerca de 1000 empresários em São Paulo.
Em tempo, o Diretor de uma empresa multinacional, manifesta seu receio de em meio a tantas denúncias de corrupção à Câmara, fazer a inauguração de uma nova pizzaria brasileira.
Severino responde, mas não convence e leva 13 segundos de vaias.
Os jornais noticiam e o Jornal Valor traz uma nota dizendo que Severino se equivocou durante o pronunciamento eufórico e diz:
“lugar de corrupto é na Câmara”… Evidentemente corrige o erro de “conjunção justiçal” e muda a palavra Câmara para Cadeia.
Bem, eu estava lá neste dia e não me lembro bem desta mudança.
Todos nós sabemos o endereço da Câmara dos Deputados em Brasília, mas eu estou até hoje procurando o endereço da Cadeia, à qual o nobre deputado se referiu naquele dia.
Aliás, eles adoram tratar-se com pompa e respeito camuflado: por lá é Nobre e Vossa Excelência para lá e para cá, que talvez eles até realmente pensem estar na Corte.
Ainda nesta fase do Governo Lula, onde os sonhos do estranho mentor, uma espécie que provavelmente poderia fazer um trio com o cérebro e o Pink do Cartoon Network, o “nobre” Deputado José Dirceu e “Vossa Excelência” Ex-Ministro da Casa Civil, são embrulhados e deixados para uma próxima e longínqua época de outras vagas gordas, porque aquelas ficaram muito magras e morreram com o pasto envenenado pelo Delúbio ou Dilúvio…
Eu estava num avião, ao lado de um Nobre Senador, voltando de Brasília, e, ao lado do Senador, um garoto de 12 anos viajando sozinho, pergunta a ele, sem conhecê-lo:
– No que o Senhor trabalha?
– Eu sou um Senador da Republica.
– O Senhor está do lado dos honestos ou dos desonestos?
– Ora meu filho, como é seu nome?
– Sou um cidadão Senador, é o que importa, nunca tive chance de falar com um Senador pessoalmente, mas só vou continuar nossa conversa se o Senhor responder minha pergunta: de que lado o Senhor está?
– Estou do lado dos honestos meu filho, tenho trabalhado muito nestas CPIs buscando justiça ao nosso país.
– Eu posso acreditar em sua resposta Senador?
– Claro que sim meu jovem, assim como eu acredito em sua sinceridade.
O papo seguiu durante toda a viagem, de Brasília até São Paulo, e para sorte deste garoto, o Senador realmente era um político honrado e com compromisso junto ao seu país e, ali, incentivou a esperança daquele jovem, e a minha, na extinta boa classe política.
Talvez a falta de malícia e apenas a pureza de coração dos jovens desta idade poderiam fazer uma revolução neste país, ao permitir a eles que indaguem nossos políticos antes e depois das eleições, ao vivo, num canal somente para políticos, porque afinal ninguém aguenta mais aquelas balelas dos horários políticos gratuitos, que de gratuitos não têm nada, pois alguém pagou aquilo sob todos os ângulos e nós pagamos o preço maior de aturá-los nas sessões Pinóquio do ano e, depois, quando assumem o poder tornando-se o gigante de Rhodes, com o pé de barro, associando-se ao universo corporativo de produção de lama.
Tem político bom?
Tem sim, mas precisamos instituir três tipos de cadeiras em nosso sistema político lá no Congresso: uma cadeira Verde, quem nela senta, trabalha pela Ordem; uma cadeira Amarela, quem nela senta, trabalha pelo Progresso; e uma cadeira.
Bem sei lá que cor. Mas quem sentar nesta cadeira será uma interrogação.
Bons para lá e safados para mais lá ainda.