O PAPEL DO GERENTE NO PROCESSO DE MOTIVAÇÃO

Nos dias atuais o processo de motivação, por parte dos gerentes, deve ser visto como um dos fatores determinantes para o sucesso de qualquer organização.
Por exemplo, na hierarquia de uma loja, você sabe dizer:
– Qual é o papel do gerente nesse processo?
– Como ele deve agir com sua equipe de vendas para obter seu melhor desempenho?
– Como ele pode cuidar de todo esse processo?
– Quando ele deve dar por encerrado o processo de motivação?
– Se uma rotina de manutenção pode influir no processo?
– Quais informações o gerente deve coletar e como utilizá-las?
– Quais as barreiras que ele enfrentará nesse processo?
– O que fazer para aumentar a motivação?
Não sei se as respostas que darei serão satisfatórias, mas acho que talvez sejam um bom começo, para você que tem uma equipe para motivar e gostaria de saber.
Todo gerente, de loja ou não, deve repensar seu papel no processo de motivar e incentivar pessoas. A nova visão de liderança tem de inspirar pessoas pelas idéias e pelo exemplo. Idéias têm de ser seguidas: a palavra convence, mas o exemplo arrasta. É muito comum vermos gerentes com idéias fracas de serem praticadas e que, mesmo assim, querem implantá-las. Também vemos aqueles que não dão o exemplo em sua própria conduta. Além disto o gerente deve ser um agente mediador e reflexivo na condução de processos organizacionais, ouvindo, ponderando e buscando uma aplicação. Muitos gerentes são muitos esforçados, porém esforço não retrata resultados positivos: é preciso fazer a competência surgir. Competência é quando transformamos nosso esforço em resultados positivos.
Em termos de metas é necessário avaliar a equipe e fornecer a ela metas possíveis de serem alcançadas, e após o resultado traçar outras estratégias para as novas metas. Gerentes não devem estipular metas onde apenas alguns da equipe possam atingir, pois, toda equipe tem de chegar junta ao objetivo final, motivo pelo qual é chamada de equipe. O método do quadrinho na parede com a foto, nome e título “Funcionário do Mês” causará disputa, e não uma concorrência nutritiva. Todo processo de motivação tem de envolver a equipe. Quando um gerente coloca a foto de um colaborador naquele quadrinho maroto, ele está dizendo, em outras palavras: “Vejam gente, só tivemos um funcionário bom este mês por aqui…”. Além do mais, todo processo de motivação precisa de continuidade, estratégias compatíveis e gerenciamento de resultados.
Nós somos seres especiais neste planeta. Já atravessamos 12 milhões de anos por aqui e, a cada seis meses, renovamos todos os átomos de nosso corpo. Somos seres geneticamente concebidos para nos motivarmos e assim tem sido. A motivação de existência e para novas descobertas tem feito de nós, e do mundo, um ambiente diferenciado dentro do Universo. Toda estratégia de motivação não deve, nunca, ser dada como encerrada, mas sim desenvolvida com processos de manutenção.
É como quando alguém descobre detalhes de comportamento que podem fazer de seu parceiro ou parceira, alguém mais feliz e, dentro desta felicidade, aplicar muitas outras coisas nutritivas que possam surgir. Quando damos asas às estratégias de motivação, novas idéias e comportamentos… Avaliar estas novas condutas é o papel da gerência. É através de resultados de experiências de gerenciamento que se escreve a história de qualquer organização e de seus integrantes. Ainda há o fato de que motivação não é algo permanente. É uma atividade com bula e tempo de validade, razão pela qual tem de ser um processo mutante que esteja sempre atuante e aperfeiçoado, compatível com as tendências de mercado e perfil da equipe. Nunca se dá por encerrada uma estratégia de motivação.
Seria como ir para cama dormir, sabendo que não irá acordar no dia seguinte.
É mais até que um processo gerencial: a motivação é um processo genético dos seres humanos, que nos levou e levará sempre a vencermos desafios e adversidades.
Uma das habilidades necessárias ao gerente é que ele tenha amplo conhecimento de sua equipe. Ele pode fazer isto aplicando em seus colaboradores um teste de aptidão – em meu site há um ótimo, e é grátis, basta entrar e aplicar. Todo gerente deve conhecer perfeitamente as competências e aptidões dos membros da equipe, assim poderá melhor distribuir as atividades e colocar os desafios certos nas mãos de pessoas certas.
Vendedores com falha são o reflexo de uma gerência com falhas. O aprendizado e a capacitação são fundamentais antes de colocar alguém em atividade dentro de uma loja, ou de um departamento. Essa história de “vamos fazer assim para ver como fica” já não tem mais espaço entre os clientes. Os consumidores de hoje não têm mais tempo para perder com atendentes despreparados. Ganha a batalha quem mobiliza primeiro, e a grande mobilização do varejo é a capacitação de toda equipe.
Toda vez que faço palestras para equipes de vendas, normalmente acontece o seguinte: o gerente vem, abre o evento, pede licença e se retira; em alguns outros casos ele nem participa… É preciso reconhecer que um cargo de gerência não insere na mente do gerente um chip com os detalhes organizacionais do século: todos nós somos eternos aprendizes. O que ocorre, a partir daí é que, durante a palestra, a frase que mais ouço do público é: “Ah! Se meu gerente ouvisse isso!”. Os gerentes têm de aprender a ouvir!
Outro ponto que gostaria de ressaltar é que existe muita concentração nas falhas de vendedores e pouca, ou nenhuma, concentração nos pontos fortes deles. Falhas sempre serão ineficiência de capacitação e preparação dos profissionais. Estes processos têm de ser intensivos, diários e não apenas lembrados na convenção anual da empresa antes da festa de confraternização.
Uma outra grande habilidade que todo gerente deve ter é ser um brilhante coletor de informações. De todo o tipo de informações sobre o comportamento de sua equipe. Acho que gerente que não tem informação, não pode dar opinião. A começar pelo nome dos pais, filhos e esposas de seus subordinados… São necessárias informações que aproximem as pessoas numa convivência de confiança e não que retraiam as pessoas numa conivência para o cumprimento de ordens!
Quanto às barreiras que possam existir nesse processo, acredito que elas só existirão pelo fato de não termos conhecimento o suficiente sobre um determinado fato para aplicar-lhe uma solução. Acho que a maior barreira para os gerentes vem deles mesmos, pois muitos têm dificuldade em atuar com humildade; de fazer sua refeição no mesmo ambiente da equipe; de estacionar o seu carro na vaga da equipe; e, até, de atuar numa baia de trabalho como toda sua equipe.
Todo gerente que tiver a consciência que está ali para aprender e depois aplicar o aprendizado e não apenas ensinar e ser obedecido, dificilmente encontrará barreiras, mas, sim, o apoio da equipe. “Ninguém sabe tudo, apenas o gerente” disse-me certa vez um funcionário de uma grande empresa. E, o pior, é que tenho ouvido tal frase com uma certa constância ultimamente…
A resistência de uma equipe demonstra que alguma ineficiência está ocorrendo por parte da gerência. Hoje tem sido comum algumas organizações colocarem “gerentes de impacto” para atuarem com rigor. Bem, esta atuação tem feito talentos brilhantes pularem para fora da panela das empresas como pipoca e, assim, muitas empresas estão jogando a água do banho com o bebê fora.
Um gerente jamais deve ter um “tipo” de ambiente. Ele deve criar esse ambiente, em conjunto com a equipe. Toda equipe tem de ser ouvida. Afinal de contas, é na diversidade das diferenças que nos aproximamos da verdade de nossas empresas. Criar um ambiente é ter conhecimento pleno daquilo que solicitamos aos outros para fazerem. É dar o exemplo e mostrar os resultados, enaltecendo assim toda a equipe. Toda gerência deve ser holística e aperfeiçoar essa visão sistêmica.
Qualquer gerência deve ser um ponto de aglutinação de necessidades, anseios, idéias e comportamentos. Estes são os ingredientes que um gerente deve colocar em seu tubo-de-ensaio e buscar a resposta certa para a atuação de sua equipe. Hoje existem muitos gerentes aplicando regras de cavalaria na infantaria…
Eu diria para todas as organizações que, antes de nomearem um gerente, o capacitem num índice máximo, constantemente, ou ele será mais um gerente que, todos os dias, terá seu currículo distribuído no mercado pelos membros de sua própria equipe…

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