O ROTARY DO FUTURO

Atravessar a história com mais de 100 anos de serviços dentro da comunidade mundial, ensinando solidariedade, praticando ações transformadoras, abrigando meninos e jovens nos braços da educação, levando esperança aos menos favorecidos, salvando vidas, incentivando a paz, tendo como missão o desenvolvimento da humanidade, a união dos povos, a preservação do planeta, entre tantos outros valores sociais e humanos que são o alicerce da existência. E, essas coisas todas é que fazem do Rotary um instrumento cósmico e universal, integrado nas colunas que formam a unidade humana tão requisitada pelas pessoas que, ao preço até da própria vida, sonharam com um mundo harmônico, e pelas pessoas que ainda possuem vida e oferecem preciosos momentos dela para “viver” o Rotary.

Para mim não existe o Rotary do Futuro. O Rotary sempre foi a melhor maneira de se escrever o futuro. O Rotary de ontem ainda é, e sempre será, exemplo para o Rotary de amanhã. E, como uma criança com mais de 100 anos, vem atingindo os estágios que todo desenvolvimento requer, vem sofrendo as dores e alegrias que qualquer pessoa sofre; experimenta as mesmas justiças e injustiças daqueles que procuram de alguma maneira melhorar o mundo; encontra amigos descrentes, duvidosos e muita gente repleta de fé; caminha pela luz, experimenta a escuridão; impõe seu modelo em meio a críticas e elogios; ensina e aprende; sonha realizando: sonha deixando alguns sonhos para depois e outros para trás; enquanto cumpre seu destino, assim como muitas pessoas.

Em suas reuniões semanais há a busca por novos projetos, novos companheiros, e outras tantas soluções que poderão causar transformações positivas e nutritivas na sociedade mundial.

Tem companheiro que vai, enquanto outro não vai; tem companheiro que reclama, enquanto outro agradece; tem companheiro que faz, enquanto outro não faz; tem companheiro que almoça, enquanto outro janta; tem companheiro que não aceita, enquanto outro aceita; tem companheiro que sonha, enquanto outro não está nem aí; tem companheiro que participa de tudo, enquanto outro não participa de nada; tem companheiro que nem sabe o que está fazendo lá, enquanto outro que vive para fazer o que faz lá; tem companheiro que é “pau-pra-toda-obra”, enquanto outro que nem sabe o que é obra; tem companheiro que se emociona, enquanto outro se decepciona; tem companheiro que faz feitos eternizantes, enquanto outro faz desfeitos eletrizantes; tem companheiro que enaltece a Roda Dentada, enquanto outro a trava; tem companheiro que faz a Roda girar, enquanto outro a faz atolar; tem companheiro que vê na força feminina do Rotary a unificação e complementação perfeita como Yin e Yang, enquanto outro, por fraqueza, teme a força da mulher…

Que bom! É muito bom ver que o Rotary tem companheiros que formam tão fervorosa diversidade, pois é na diferença que surge o mais curto caminho para a verdade e é aí, na diversidade, que podemos praticar as grandes lições e desafios para doutrinar nosso ego, nossa capacidade de servir, nossa capacidade de sermos humanos, nossa capacidade de perdão e nossa capacidade de amar.

Talvez, neste futuro do passado, muitas missões tenham sido cumpridas, e, neste futuro do presente, outras missões surgirão. Acredito que essas minhas duas sugestões estarão entre elas:

– Primeira: transformar o Rotary num objeto de desejo. Não mais empregaremos esforços para atrair novos sócios, eles mesmos, por reconhecerem nosso trabalho em prol da humanidade, estarão se alistando espontaneamente em nossos clubes, os quais terão uma lista de espera para recebê-los. Nossa Roda Dentada Dourada como objeto de desejo para as lapelas das pessoas, possuirá a força publicitária de marcas comerciais, capaz de construir alianças estratégicas através de sua inexorável credibilidade, desenvolvendo capacidade de atrair e reter patrocínios a serem convertidos em benefícios às nossas causas sociais e humanitárias;

– Segunda: transformar o Rotary num fenômeno de contágio, onde nossas ações possam impregnar os corações das pessoas ainda mais, muito mais que hoje, dando-lhes infinitas razões para levarem nossa bandeira através de suas vidas e nos auxiliarem na formação de gladiadores rotários dentro desta arena de luta pela igualdade de deveres, obrigações e direitos.

Quando se faz parte de uma organização que é um objeto de desejo, que possui a capacidade de expandir-se como fenômeno de contágio, ninguém da equipe desiste. Ninguém da equipe deixa a organização. E, ao invés de procurar motivos para não fazer, encontra motivos para fazer mais e melhor e, ainda, trazer novos companheiros.

Descobrir como o Rotary tocou o coração e a vida de nossos rotarianos também pode ser uma matéria de pesquisa, pois descobrindo a causa podemos repetir o efeito.

Neste Rotary do Futuro precisamos encontrar uma Vacina. Sim! Uma Vacina contra nós mesmos e nela implementar as mesmas ações e empenho que temos com a Sabin pelo mundo, vacinando-nos contra nossos próprios medos, dúvidas, questionamentos e ignorância, fazendo com que nossa coragem em seguir a Roda Dentada não se torne uma síndrome de Sísifo. Acredito que esta Vacina já está em nossas mãos e é aplicada a todo instante em nossos corações, mas somos ainda muitos racionais para sentir seu efeito benéfico e curador. O efeito que vemos nos sorrisos das pessoas que conseguimos ajudar, na gratidão das pessoas pela esperança que causamos a elas e em tantas outras ações humanitárias que praticamos. Precisamos sentir para tornar seu efeito mais devastador no coração de nós rotarianos, para que nunca abandonemos nosso Clube, para que nunca abandonemos o Sonho de Rotary, para que nunca abandonemos nossa missão de servir.

Cesar Romão é Membro do Rotary Club Barra Funda

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